Na semana passada um amigo veio me convidar para o seu aniversário de 30 anos e me confessou: “eu achei que ficaria mais triste por fazer 30, mas comemorar com meus amigos me deixa um pouco mais feliz”.
E eu entendi totalmente o que ele quis dizer porque já parei inúmeras vezes para pensar nos meus próprios 30 anos – faltam menos de três para eles chegarem e a pandemia me roubou outros três (vocês também têm essa sensação?)
É aquela velha história do filme protagonizado pela Jennifer Garner: quando temos 13, queremos ter 30; quando temos 30, não conseguimos entender nem como chegamos até ali, quem dirá o que temos que fazer dali pra frente.
Eu sou da geração formada por aqueles que carregam as mesmas preocupações dos millenials mas que têm gostos muito parecidos com os da GenZ: me cobro por não ter casa e carro próprios – apesar do contexto socioeconômico atual ser muito diferente da época dos nossos pais – mas adoro descobrir novas receitas no TikTok.
Pensando sobre isso, cheguei à conclusão de que as pessoas da minha faixa etária fizeram algo que nenhuma outra geração fez: nós quebramos todos os paradigmas que alguém já impôs em algum momento da história. Muitos de nós fizeram sua primeira tatuagem depois de adultos, optaram por adotar um pet ao invés de ter filhos, preferem andar de Uber do que comprar um carro parcelado em 60 vezes e escolhem pagar aluguel (ou viver em Airbnbs) porque têm profissões que os permitem estar em qualquer lugar do mundo.
Vi um conteúdo da Nozy falando que os 30 são os novos 20 e concordo totalmente, principalmente no contexto de “conquistar grandes coisas”, afinal, nos dias atuais isso é muito relativo: “grandes coisas” para você podem não ser tão grandes assim para mim e todo mundo já entendeu que não existe idade para se formar na faculdade, fazer aula de bateria ou pular de paraquedas, certo?
Outro ponto completamente relativo é o “sentir-se velho”. E, para isso, gosto de usar o meu avô como exemplo: um senhorzinho de 88 anos que faz uma caminhada de 4 quilômetros em 40 minutos, toma sua cervejinha todo final de semana e costuma dizer que “apesar da idade e da experiência, todo dia aprende uma coisa nova”.
Mas, para além do exemplo dele, existem pesquisas que indicam que, de fato, as pessoas estão se sentindo mais jovens. Um banco de informações sobre o envelhecimento na Alemanha descobriu que as pessoas costumam se sentir, em média, 11,5% mais jovens do que as suas idades indicam. Considerando esse número, uma pessoa de 60 anos, por exemplo, sente como se tivesse apenas 50.
Completar 30 anos é, sim, um marco importante. Mas, a partir do momento em que nossa sociedade deixa de ver a idade como algo que nos limita a fazer isso ou aquilo, ela passa a ser apenas um motivo para comemorar mais um ano de vida com aqueles que amamos, que nem disse o meu amigo.
Portanto, a mensagem que fica é: se você está chegando aos 30, aos 40 ou aos 80, não se preocupe tanto assim com esse mero número. Aproveite o tempo que você tem e faça mais daquilo que te faz sentir vivo, independente do que isso vai significar para o resto do mundo.
Enquanto envelhece, você cria memórias e adquire experiências; conhece pessoas, lugares e sabores; e desfruta de momentos inesquecíveis – bons ou ruins. E, no fim, é isso que vai dar sentido para a vida que você viveu. Preocupe-se apenas em fazer da sua vida um bom lugar para você mesmo.