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Tudo é pra ontem: precisamos falar sobre a urgência desnecessária

A menos que você seja médico, bombeiro, policial ou mãe de um recém-nascido, é provável que poucas coisas no seu dia sejam realmente urgentes. Mesmo assim, o ritmo frenético do mundo nos induz a uma ideia de urgência onde “ser produtivo” significa dar check em todas as 38 tarefas que você previu para suas 24 horas - seja no trabalho ou em casa. E quando chega o fim do dia, a gente sempre está extremamente cansado, mesmo que não tenha feito nada de realmente significante (gosto de usar o exemplo da rodinha do hamster para exemplificar essa sensação).

O tempo é algo muito relativo. Para uma pessoa que está doente, de cama, 30 minutos são uma eternidade; para um grande empresário, 30 minutos são apenas metade de uma reunião. Por isso, tenho a impressão de que cada pessoa vive no seu próprio tempo e isso pode gerar inúmeras desavenças, afinal, o que é urgente para você pode não ser urgente para mim.

Nesta matéria, li uma fala da especialista em comportamento humano e produtividade, Carolina Jannot, que me chamou atenção: “engana-se quem pensa que ser multitarefa aumenta a produtividade; para ser efetivamente produtivo, é preciso estabelecer prioridades”. 

Dwight D. Eisenhower, ex-presidente dos Estados Unidos, é autor de uma fala que eu gosto muito: “Tenho dois tipos de problemas: os urgentes e os importantes. O urgente não é importante, e o importante nunca é urgente.” Eu interpreto essa frase da seguinte forma: tudo que é importante não pode ser urgente, pois precisa de tempo para ser pensado, planejado e desenvolvido. 

Pesquisando sobre o assunto, encontrei estudos recentes publicados no Journal of Consumer Research que dizem que as pessoas geralmente preferem concluir tarefas com prazos curtos, mesmo quando projetos menos urgentes prometem uma recompensa maior. Isso porque o simples fato de “tirar da frente” nos traz uma sensação de satisfação muito maior (e muito mais curta, obviamente).

Talvez seja por isso que as últimas gerações têm cada vez menos se preocupado em “conquistar coisas”. A gente se dedica mais em planejar uma viagem do que em comprar uma casa própria. E eu não estou dizendo que isso é algo ruim - longe de mim pois também sou dessas -, mas sim que é um reflexo da nossa sociedade. Ficamos mais satisfeitos com prazeres momentâneos do que com a “busca por grandes feitos”.

E é por esse motivo que precisamos aprender a diferenciar e a priorizar o que é importante do que é urgente. Para mim, existem três coisas que estão acima de qualquer urgência: saúde mental em dia, paz de espírito e consciência limpa. Tudo o que não me proporciona essas três coisas, apesar de urgente, pode ficar em segundo plano.

“Mas como fazer isso na prática?”, você pode me perguntar. E bem, não existe uma fórmula mágica, mas algumas ações podem te ajudar a buscar o que é importante ao invés de viver lutando pelo que é urgente. Nesse artigo da Harvard Business Reviews você encontra dicas para implementar esse conceito na vida. 

Além disso, não pense que o “multitarefismo” faz de você uma pessoa produtiva. É aquela velha história: mais vale um projeto pequeno funcionando do que cinco projetos grandes que nunca saem do papel. Este artigo da Forbes fala exatamente sobre isso. 

No mais, permita-se fazer coisas de que realmente gosta. Priorize aquilo que você quer e busque maneiras de alcançar seus objetivos sem colocá-los acima da sua capacidade, independente se você é do time que quer conhecer o mundo com uma mochila nas costas ou prefere comprar sua casa própria e viver confortavelmente. Busque o que te faz feliz! :)

AUTOR DO TEXTO:
Jéssica Ramiro
Jornalista | Redatora
É formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade IELUSC e já realizou diversos cursos nas áreas de produção de conteúdo e gerenciamento de mídias sociais.

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