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Burnout: como superar o esgotamento profundo no trabalho

Você já deve ter ouvido falar dessa palavrinha de sete letras em algum momento da sua vida profissional. Diferente do seu tamanho, suas consequências são bem grandes. Sobre isso, confesso que tenho bastante propriedade para falar. No ano de 2020, em pleno auge da pandemia, eu passei por diversas situações de esgotamento físico e mental no trabalho. 

À época, eu atuava no setor de assessoria de imprensa de uma instituição de ensino privada, que atendia turmas do berçário ao ensino superior. Dá para imaginar o quão estressante era lidar com as informações desencontradas que apareciam a todo momento, não é? Cito como exemplo as diversas vezes em que surgia a possibilidade do retorno das aulas presenciais e, quando estávamos com tudo pronto para disparar essa informação aos pais e alunos, ela caía. 

Além disso, ainda existia toda a pressão psicológica envolvida no processo de sair de casa, pegar ônibus lotado e estar em contato com centenas de pessoas todos os dias, correndo o risco de infectar quem morava comigo. Quem trabalhou presencialmente durante a pandemia sabe muito bem do que eu estou falando.

Essa miscelânea de incertezas acabou culminando em uma série de crises de ansiedade, onde minha autoestima caía por terra e eu frequentemente tinha a sensação de que não estava dando conta do recado e não era uma boa profissional. 

Nesse ponto do artigo, tenho certeza de que você já deve ter se identificado com algo que eu falei. Infelizmente, esse tem sido um assunto bem recorrente nos intermédios da classe trabalhadora. Por isso, vou trazer aqui alguns dados e dicas de especialistas que podem te ajudar a compreender melhor a forma que você se sente em relação ao trabalho.

O que é a síndrome de Burnout?

Segundo o Ministério da Saúde, o Burnout é um distúrbio emocional com sintomas de estresse, exaustão extrema e esgotamento físico e mental resultantes de situações de trabalho desgastantes.

Este é um conceito que já existia antes da pandemia. Entretanto, o distanciamento social e os desafios que surgiram nesse período acabaram acentuando alguns problemas no ambiente de trabalho e, evidentemente, aumentando o índice de pessoas que passam - ou passaram - por situações de exaustão profissional. 

Recentemente, um levantamento realizado pela 121 Labs (que entrevistou 2.100 pessoas), apontou que 85% dos brasileiros estão passando por alguma fase do Burnout.

Quais são os sintomas?

Em 2019, a síndrome de Burnout foi reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como um problema relacionado ao trabalho e não como uma doença propriamente dita. Por isso, o diagnóstico geralmente é realizado a partir de alguns sintomas comuns, também citados pelo Ministério da Saúde, como: 

  • fadiga e cansaço excessivo, tanto físico quanto mental;
  • dor de cabeça frequente;
  • alterações no apetite; 
  • insônia;
  • dificuldade de concentração.
  • sentimento de fracasso, insegurança, desesperança e incompetência;
  • negatividade constante;
  • alterações repentinas de humor;
  • isolamento;
  • pressão alta;
  • dores musculares;
  • problemas gastrointestinais;
  • taquicardia.

Particularmente, de todos esses sintomas, posso afirmar que os únicos que não tive foram a pressão alta e os problemas gastrointestinais. De resto, eu gabaritei. E não tenho dúvidas de que você também vai se identificar com muitos deles.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

Muitas pessoas negligenciam esse tipo de situação, que acaba se tornando uma bola de neve repleta de baixa autoestima, cansaço e infelicidade. Não deixe isso acontecer!

Ao menor sinal de que isso esteja atrapalhando o seu dia-a-dia e o seu relacionamento com as outras pessoas, a coisa mais prudente a se fazer é procurar um psicólogo ou psiquiatra. Somente esses profissionais serão capazes de diagnosticar o seu problema da forma correta e de indicar o melhor tratamento, que pode ser feito por meio de terapia associada, em alguns casos, a medicamentos. 

Importante ressaltar aqui que o próprio SUS (Sistema Único de Saúde) possui um instrumento específico para o cuidado da saúde mental da população, fundamentado pela Lei Federal nº 10.216. Os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), como são conhecidos, estão distribuídos em 1.910 municípios brasileiros. Para saber se sua cidade possui uma unidade, consulte o Disque Saúde. É só ligar para o número 136.

Algumas estratégias para evitar o Burnout

Em 2021 o New York Times publicou uma reportagem muito bacana que discute algumas estratégias bem interessantes para evitar o esgotamento relacionado ao trabalho e, consequentemente, te ajudar a não precisar sair do seu emprego. 

Eu achei as dicas muito necessárias. Confesso que, muitas delas, eu mesma fui aconselhada a colocar em prática quando recebi o diagnóstico de transtorno de ansiedade associado ao excesso de trabalho, realizado por uma psiquiatra. Por isso, trouxe elas resumidas aqui, a quem interessar possa:

  1. Pratique o autoconhecimento e o autocuidado

Essa, sem dúvidas, é a dica mais valiosa de todas. Depois que você conhece seus limites e entende que também precisa de uma pausa, sua visão de mundo passa a ser outra, falo por experiência própria! Aqui, vale traçar prioridades e metas a serem cumpridas dentro do que você consegue, de fato, dar conta na sua rotina.

Além disso, desacelerar e tirar um tempo para fazer algo de que você goste também é muito importante. Incorpore um exercício físico, dez minutos de leitura ou qualquer outra atividade prazerosa no seu dia-a-dia e veja a mágica acontecer. 

Segundo uma análise feita por Yu Tse Heng e Kira Schabram, da Universidade de Washington, as pessoas que dedicaram 10 minutos do dia ao autocuidado reduziram sua percepção de esgotamento no dia seguinte. 

  1. Exerça a empatia com os outros e com você mesmo 

Falei muito sobre identificação ao longo deste artigo e, assim como você se identifica com alguns pontos colocados aqui, o mesmo pode estar acontecendo com as pessoas ao seu redor. Não poderia ser diferente após uma pandemia que mudou drasticamente a nossa relação com o trabalho e com os outros indivíduos, não é?  

Em alguns dias somos nós que precisamos de ajuda. Em outros, pode ser o coleguinha do lado. Aqui entra aquela velha história do “trate o outro como você gostaria de ser tratado”. Seja empático e compreensivo com as possíveis oscilações de humor que podem ocorrer no ambiente corporativo e com os limites das outras pessoas. 

  1. Fale com seu líder ou gestor

O diálogo sempre foi e sempre será um elemento transformador. Por isso, é essencial falar com o seu chefe e dividir as suas preocupações relacionadas ao excesso de trabalho. Afinal, tanto você, quanto ele - e os demais funcionários - estão no mesmo barco. Entender isso melhora muito as suas relações interpessoais.

Em uma pesquisa realizada pela Globoforce, 89% dos entrevistados afirmaram que os relacionamentos do trabalho tiveram um grande impacto na sua qualidade de vida. Além disso, segundo um artigo publicado pelo Trello, algumas pesquisas mostraram que, ter pelo menos um amigo no trabalho, aumenta dramaticamente o comprometimento com a empresa e a inclinação a permanecer no emprego. Esses dados só reforçam ainda mais a importância da comunicação no ambiente de trabalho.

  1. Se precisar, peça ajuda

Eu sei, não é tão fácil assim. Para mim também foi bem difícil admitir que eu precisava de ajuda profissional. Foi um longo processo até eu entender que minhas aflições não se resolveriam sozinhas.

Nesse caminho, aprendi que ninguém está bem o tempo todo e a fragilidade imposta pela pandemia - mais uma vez ela, mas não só ela - teve impacto em qualquer pessoa que se preze como ser humano. Além disso, temos que concordar que o ambiente corporativo nem sempre é um mundo cor-de-rosa com unicórnios flutuantes. Os problemas são constantes e precisamos aprender a lidar com eles da melhor forma possível. 

Por isso, guardei a vergonha no bolso, deixei o tabu de lado e busquei a ajuda de uma psicóloga e de uma psiquiatra, como mencionei anteriormente. Foi a partir dessa decisão que eu percebi que, apesar dos pesares, tudo tinha jeito. 

Fiz um tratamento medicamentoso que durou 6 meses e faço terapia até hoje - já tem mais de um ano desde a minha primeira sessão. Além disso, também incluí alguns exercícios físicos na minha rotina, algo que não só melhorou minha disposição, como também a minha autoestima.

Minha experiência me permite afirmar que essa foi a melhor escolha que eu fiz, tanto para o âmbito profissional, quanto para minha vida pessoal. Por isso, os melhores conselhos que eu posso te dar são: você não está sozinho, não tenha medo de buscar ajuda, sua situação atual não é permanente e seus problemas não te definem!

AUTOR DO TEXTO:
Jéssica Ramiro
Jornalista | Redatora
É formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade IELUSC e já realizou diversos cursos nas áreas de produção de conteúdo e gerenciamento de mídias sociais.

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